Conviver com dor de cabeça é agoniante, em alguns casos pode se tornar um sofrimento incapacitante, alterando a rotina do dia a dia dos pacientes. Quando isso acontece, entra em prática o popular costume do uso de medicamentos indicados por amigos e conhecidos. Começam com simples analgesicos e anti-inflamatórios, em alguns casos usam combinados pela automedicação. A situação tende a persistir da mesma maneira ou com uma pequena melhora. Portanto, após pouco alívio o paciente então busca ajuda especializada, esse é o trajeto mais comum das cefaleias.
Automedicação e seus perigos
Apesar de ser quase um roteiro, os pacientes percorrem esse caminho antes de chegarem no consultório. Seja pela dor de cabeça primária (a dor de cabeça em si) ou secundária (que surge como um sintoma de outra doença), a atitude é contraindicada.
A automedicação é prejudicial à saúde, entretanto pesquisas mostram que ainda 81% da população tomam essa atitude nos casos das dores de cabeça. O hábito de se medicar em casa, pode agravar as cefalias e criar uma dependência. Tomar analgésicos por mais de 10 dias no mês, por três ou mais meses gera mais crises de dor de cabeça, além de se tornar um ciclo vicioso para o paciente.
Protocolos para o uso das medicações
Independentemente do tipo da dor de cabeça, os remédios possuem basicamente dois objetivos: cessar a crise já instalada e promover a prevenção das dores. Para as crises terem melhoras, são seguidas algumas orientações pelos profissionais da área:
- Tomar a medicação enquanto a dor ainda estiver leve;
- Escolher a dose e a via de administração mais adequada;
- Definir a medicação de acordo com a intensidade dos sintomas;
- Fugir de estímulos que piorem a dor, como: luz, barulho, cheiros fortes e movimentação.
Diversidade de medicamentos no mercado
Existem várias classes de medicamentos disponíveis no mercado hoje para o tratamento das dores de cabeça: analgésicos simples, analgésicos combinados, anti-inflamatórios, ergotamínicos (remédio preventivo), triptanos e até os opióides (para casos severos para cefaléias secundárias). As formas de administração também são repletas de possibilidades, principalmente para as pessoas que têm náusea durante as crises.
Estão disponíveis os modelos: orais (o tradicional), medicação de baixo da língua, spray nasal e por injeção.
Tratamento preventivo
A escolha do medicamento é realizada de acordo com o perfil de cada paciente, é completamente personalizado. Existe também a possibilidade de tratamento preventivo, que tem como objetivo reduzir a intensidade e a duração das crises. Esse tratamento também melhora a resposta às crises e aumenta a qualidade de vida dos pacientes.
Conheça as principais características para esse tipo de tratamento:
- Pelo menos 3 episódios de dor de cabeça por mês por pelo menos 3 meses;
- Crises muito intensas de dor de cabeça;
- Falha no tratamento da crise;
- Falha no tratamento preventivo não medicamentoso;
- Tipos específicos de enxaqueca com aura.
As formas de tratar as dores de cabeça e enxaqueca não param de avançar, cada caso necessita de análise profunda e cuidado do profissional da área.
Você sabia que existia tantos tipos de medicamentos para as dores de cabeça?
Dr. Paulo Faro
Neurologista🧠
CRM PR: 32102 RQE 22885